sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Calling All Angels

Chamo por ti, Anjo, no silêncio da escuridão. Já deixei de contar as noites que passo acordado enquanto aguardo, lentamente, que o sol me traga uma nova luz de esperança. Vagueio pelas incertezas que caminham em mim, em direcção a labirintos desordenados e caminhos esquecidos. Peço-te, Anjo, que me deixes destruir, ainda que em toda a minha vida eu tenha esperado por alguém como tu para amar, na loucura do desejo que me agonia.

Sei que me observas, sentada numa nuvem, enquanto eu invoco o teu nome, sem reposta, na penumbra do meu canto. Olho para o céu e pergunto por ti, pergunto porquê... Porque é que não estás unida a mim? Porque não me apertas num abraço? Porque não me dás um beijo malandro? Porque não me dás um beijo doce e apaixonado? Porque não me atiras ao chão e sacias a tua sede de mim?

Chamo por ti, Anjo, para que te possa cercar com as mãos, para que os nossos braços se entrelacem e te possas encostar a mim. Quero dar-te a boca para que a possas sentir num momento de paixão absoluta. Para que me arranques um beijo resignado como quem arranca um grito sofredor, vencido pelo cansaço.

No entanto, as noites sucedem-se sem resposta. Sem qualquer resposta tua, Anjo, e adormeço quando chega um novo dia. Sem ti…


Lenny Kravitz - Calling All Angels

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