Sinto-me perdido sem ti…
...sinto-me perdido enquanto estou à tua espera, enquanto me sento no banco de jardim abandonado. Neste banco que já foi testemunha de muitas histórias, de décadas de beijos apaixonados, de discussões acaloradas e de reconciliações alimentadas pela esperança do “ …desta vez será para sempre”!
…sinto-me perdido a olhar para as águas sossegadas do lago, a pensar de como é sentir, saber que gosto de ti, desesperado, porque te escondes de mim. Insistes em levar contigo o tempo, as recordações que tenho de ti, para que possas possuir-me a alma e sejas dona do meu corpo moribundo. Não consigo ir a lado nenhum além deste banco decadente, por isso vou esperando pelo tempo, vou esperando por ti.
…sinto-me perdido de cada vez que sofro com a folha de uma árvore que cai lentamente, lembrando-me da forma suave, gentil, com que eu te tocava na pele, no cabelo… Sinto-te em cada gota de orvalho que escorre dessas mesmas folhas e reflecte o teu brilho, apenas para mim, de cada raio de sol que as alimenta. Sinto-te em cada movimento, em cada bater de asas dos pássaros que vão beber a esse lago, a cada cisne que por lá passeia contente ou a cada momento de vida que ali acontece!
Mexo-me, mudo de posição, incomodado, mas não consigo abandonar este banco onde me sinto perdido, à tua espera, porque tenho tempo. Porque tenho a eternidade para que me ames! Sei que não me falas, não me escreves, mas os teus pensamentos alimentam-me a alma, mesmo quando não os acabas, mesmo quando não fazes chegar os teus sonhos até mim, como costumavas fazer…
Sinto-me perdido sem ti… mas fico à tua espera! Sentado neste banco, hoje, apesar da distância, da impossibilidade, sinto-te minha! Sinto-te naquilo que não se vê, naquilo que se sente com a intensidade de duas almas permanecerem juntas pela eternidade!...